Os compostos aromáticos possuem diferentes graus de volatilização. Em geral, quanto maior é a temperatura, maior é a volatilização. Claro que existem limites, já que uma temperatura pode beneficiar algum tipo de aroma e prejudicar outro, além de produzir desequilíbrio.
Um vinho tinto que em geral deve ser bebido entre 16°C a 18°C ficará alcoólico se for servido a uma temperatura maior, sobretudo se superar os 20°C. Os aromas do vinho também aumentam, porém não tanto como o álcool, e o vinho parecerá desequilibrado.
Se resfriarmos o vinho, a percepção do álcool será menor e, por isso, perderemos aromas – principalmente aqueles menos voláteis, como os de especiarias e os outorgados pelo amadurecimento em barricas ou tonéis de carvalho.
No caso dos vinhos brancos, é muito comum a presença de aromas frutados e florais, vários deles formados por ésteres, que se volatilizam mesmo em baixas temperaturas. Por este e outros motivos de composição, os vinhos brancos podem ser consumidos mais frios, embora não devamos resfria-los em demasia, correndo o risco de perder aromas e de fazer o vinho parecer neutro.
Quando aumentamos a temperatura dos vinhos brancos, aumentamos também seus aromas, embora a percepção do álcool se torne ainda maior tampando os demais aromas e desequilibrando a bebida.
Percebemos aromas por via nasal direta e por via retronasal. As percepções são diferentes, especialmente devido às distintas temperaturas. Por exemplo: um vinho branco servido a 10°C, quando colocado na boca, em poucos segundos superará os 20°C.
Em geral, se um vinho apresentar defeitos, estes estarão mais evidentes se estiverem sob temperaturas mais altas.
Mario R. Leonardi
O texto e a imagem fazem parte de nosso livro ‘Como e porque degustar vinhos’ lançado em junho de 2016.
Leia também Como a temperatura influência no sabor do vinho
Tags
Preencha o formulário ao lado e assine nossa newsletter.
Desenvolvido por Patropi Comunica | @Todos os direitos reservados a Missão Sommelier | 2017