Aroma de grafite no vinho?

O aroma de grafite é bastante citado por degustadores de vinhos. Ele pertenceria aos denominados aromas minerais. O tema é polêmico porque alguns defendem a ideia que o vinho possui aromas minerais que tem relação direta à composição mineral do solo, fato que, até hoje, diversos estudos científicos não conseguiram comprovar.

Por outro lado, outros profissionais como o enólogo argentino Angel A. Mendoza, afirma em uma das suas excelentes matérias publicadas, e da qual me embasei um pouco para escrever sobre o grafite, que tais aromas não existem e os percebidos e denominados aromas minerais provêm de diversos fatores da vinificação e não do solo.

O grafite é citado para descrever aromas de algumas cepas como Cabernet Sauvignon, Syrah e Tannat, como também, é utilizado para indicar vinhos com amadurecimento em barricas e outros. Contudo o curioso é que o grafite é um mineral inodoro, ou seja, não tem cheiro. Então, de que estamos falando?

As vezes se faz referência a mina de lápis, que é feito de grafite, porém se você quebrar um lápis e tentar cheirar, também não irá percebê-lo. Vale a pena fazer o teste. Mas o que se nota mesmo é a madeira que reveste a mina de grafite. É só apontar um lápis e cheirar para confirmar. De fato, tem um aroma que podemos relacionar com o vinho. Portanto, acredito que a expressão correta seja “ponta de lápis”, caso contrário, é duvidoso ou até mal utilizado.

O aroma de grafite é uma das tantas curiosidades que possui nosso complexo mundo dos vinhos. Falamos que queremos simplificar, mas nem sempre conseguimos!

Mario R. Leonardi

 

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