Desta vez entrevistamos o Sr. Adolfo Lona que fala sobre os vinhos espumantes brasileiros. Ele é enólogo formado na cidade de Mendoza na Argentina e trabalha no Brasil desde 1973. Foi Diretor Técnico da De Lantier durante 31 anos, responsável pelo vinho Baron de Lantier e do espumante De Gréville. Em 2004 iniciou seu próprio empreendimento, na cidade de Garibaldi/RS, produzindo somente espumantes sob a marca Adolfo Lona.
Atualmente produz 6 vinhos espumantes, 3 pelo método charmat e 3 pelo método tradicional (champenoise).
1 – Frequentemente ouvimos falar muito sobre a qualidade de diferentes produtos em geral. No caso de um vinho espumante, quais são as características que deve ter, para ser considerado de boa qualidade?
O conceito de qualidade para vinhos e espumantes é bastante subjetivo já que depende do gosto pessoal. De todas as maneiras acredito em alguns atributos de um espumante “de qualidade” todos relacionados à acidez e sua combinação com o gás carbônico:
2 – Sensorialmente falando, o que você não aceita ou não gosta de encontrar em um vinho espumante?
3 – É comum ler em alguns meios de comunicação e escutar opiniões de consumidores, sobre a altíssima qualidade que possuem os espumantes brasileiros. Até chegam a compará-los com grandes espumantes a nível mundial. Realmente se atingiu essa qualidade? Poderia ser considerado o vinho mais emblemático do Brasil?
Não tenho a menor dúvida que o produto derivado da uva que melhor nos representa é o espumante. A qualidade que é excelente, comparável aos grandes espumantes do mundo, mas com estilo próprio, é resultante das excelentes condições de clima e solo existentes no Rio Grande do Sul, da boa adaptação de variedades como Pinot Noir e Chardonnay e pela técnica apurada para elaborá-los.
4 – Nos últimos anos, o interesse do consumidor em adquirir conhecimento do mundo do vinho, tem tido um crescimento significativo no Brasil. O que falta para que também cresça o consumo?
Trabalho e paciência. Num país continental como o Brasil onde há climas, hábitos e culturas diferentes não é possível impor uma bebida pouco conhecida em curto espaço de tempo. Ainda temos de lutar contra o preconceito que faz com que muita gente ache o espumante apropriado somente para comemorações e festas, próprio de pessoas ricas ou refinadas. Muito já se avançou, o consumo aumenta todos os anos, deixou de ser restrito a momentos comemorativos, passou a ser parte da gastronomia e se está desmistificando. A mulher brasileira contribuiu muito para o aumento de consumo porque foi quem reconheceu de imediato todos seus atributos. Ela consome espumantes com frequência e ajuda a mudar os hábitos de seus companheiros.
Creio que é importante continuar produzindo espumantes de boa qualidade, a preços convidativos e continuar fazendo trabalhos junto ao consumidor.
5 – Qual o diferencial dos espumantes de Adolfo Lona?
Acho que o principal diferencial é que mantêm um estilo próprio. Trabalhamos com vinhos base oriundos de assemblage de três variedades, Pinot Noir, Merlot e Chardonnay que são utilizados somente após dois anos de maturação. Por esta razão nossos espumantes, sejam brut ou nature, são harmônicos, agradáveis e fáceis de beber. Sou da opinião que a pessoa que decide consumir um espumante está ante a expectativa de um momento agradável, descontraído e por isso o produto tem de atender esta expectativa, tem de ser convidativo. Uma vantagem que oferecemos é a produção artesanal, de pequeno volume que permite garantir sempre um alto padrão qualitativo.
Fotos: Adolfo Lona
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Otimo. Respostas com bom conteudo, simples e sinteticas.
Vou procurar pelo espumante Adolfo Lona em SPaulo.
Abraco. Eliane Vasconcellos