História da Cerveja

Coluna Cerveja 

É com imenso prazer e responsabilidade que aceitei o desafio de escrever essa coluna sobre cerveja aqui no Missão Sommelier. O mundo da cerveja é muito vasto e podemos explorar uma infinidade de assuntos.

Durante os próximos meses conversaremos sobre a história da cerveja e sua evolução histórica, os insumos e processos produtivos, as técnicas e escolas cervejeiras, harmonizações e o momento atual das cervejas artesanais. E por que não traçarmos um caminho paralelo entre cervejas e vinhos?

Nessa primeira coluna falaremos um pouco sobre a história da cerveja.

História da cerveja

O processo de produção da cerveja é bastante antigo e foi sendo aprimorado ao longo dos anos. Inicialmente a cerveja era produzida em vasilhas, onde os micro-organismos faziam o papel atual do fermento, resultando em uma bebida alcoólica, hoje consumida em larga escala em todas as partes do mundo. Atualmente, o processo de fabricação de cerveja utiliza equipamentos de inox, aparelhos tecnológicos de controle de temperatura, técnicas ajuste das propriedades da água entre outras evoluções que foram sendo descobertas pelo homem.

Existem indícios de que as primeiras cervejas foram produzidas na região da Mesopotâmia em 6.000 antes de Cristo. Porém, outros povos também foram considerados cervejeiros, como por exemplo, os egípcios, gregos, romanos e chineses.

Nessa época, a atribuição de fazer a cerveja era das mulheres e dos padeiros, que germinavam os grãos, moíam e misturam na massa de bolo, que posteriormente seria fermentado.

No Egito, havia uma cerveja chamada Bouza, que era feita pelos padeiros através da hidratação da cevada até a sua germinação e então moída grosseiramente e moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados fermentar.

Na Inglaterra, no início do Século IV, os celtas fermentavam trigo e mel para fabricar cerveja.

Já na Idade Média, a cerveja passou a ser produzida nos monastérios, onde os monges elaboravam receitas mais complexas e saborosas, utilizadas até hoje e conhecidas como cervejas de abadia ou trapistas.

Em 1516, foi elaborada na Alemanha, na região de Bavária, a “Lei de Pureza”, decretada pelo Príncipe Willian IV. A Lei afirmava que os únicos ingredientes que poderiam ser utilizados para fabricação e comercialização da cerveja eram água, malte de cevada e lúpulo. Cabe ressaltar que as leveduras ainda não haviam sido descobertas.

No Brasil, a cerveja só foi “descoberta” após a chegada da família real. A primeira fábrica que atendia os requisitos de qualidade foi fundada em 1888 e se chamava Manufactura de Cerveja Brahma, Villinger e Cia.

Nos dias atuais, assim como ocorreu com o vinho na década passada, o brasileiro está se abrindo para novos paladares e descobrindo os prazeres da cerveja artesanal, que estão invadindo o mercado. A cerveja artesanal será o tema da nossa próxima coluna.

Filipe Corrêa da Costa, cervejeiro e proprietário da Cerveja Sambaqui

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