É fácil degustar vinhos?

Matéria publicada em nossa coluna sobre vinhos no site Bella da Semana, no mês de Outubro/2013.

Geralmente falamos que todas as pessoas são capazes de degustar ou analisar sensorialmente um vinho. A não ser que você tenha alguma deficiência para perceber aromas ou gostos, nada o impede de aprender a técnica e realizar cada um dos passos [análises visual, olfativa e gustativa].

Degustar pode ser algo relativamente fácil ou difícil, tudo depende das nossas pretensões. Não é o mesmo, uma simples degustação para ver se gostamos do vinho, do que uma degustação para analisar e qualificar a bebida.

Como definição podemos dizer que degustar um vinho é prová-lo com atenção, utilizando nossos sentidos a fim de analisá-lo, descrevê-lo e qualificá-lo. Existem diferentes tipos de degustações, com diferentes objetivos, sobretudo na área profissional. Por enquanto, farei duas grandes divisões: a degustação hedonística e a degustação profissional. A técnica basicamente é a mesma. O que muda, na verdade, é o objetivo dessa análise.

A degustação hedonística tem a finalidade de exprimir o prazer do experimentado, ou seja, busca informações que vão nos levar à conclusão de gostar ou não de um vinho. Já na degustação profissional o objetivo é outro – descrever a cor, os aromas, os atributos, a expressão do vinho no paladar, se há alguma alteração ou defeito, e finalmente estimar a qualidade, porém sem denotar o gosto pessoal.

Para ser um bom degustador, é preciso aperfeiçoar a técnica, treinar muito, degustar vinhos de diferentes estilos e regiões. Além disso, o mais importante é estudar sobre vinhos – e muito!

Conhecer vinhos é uma combinação da teoria com a prática. Refiro isto porque é comum ver pessoas que aprendem a técnica e pensam que depois só degustar vinhos irá transformá-los em grandes experts no assunto. Não é assim. Um profissional tem que compreender o vinho, saber interpretar o que o vinho está nos revelando, por exemplo, através dos aromas. Saber como uma bebida que é produzida somente com uva, por exemplo, pode ter aroma de banana, pimenta ou café.

O vinho, por meio de sua cor, seus aromas e sabores, nos transmite sua história, sua origem, o tipo de terroir, as uvas utilizadas, os métodos de elaboração, o amadurecimento, a idade, entre outros aspectos. A melhor forma de compreender este cenário é degustando e estudando muito.

Para concluir, quero dizer que existe uma grande diferença entre um degustador comum e um bom degustador. Essas diferenças são resultados de muito estudo, dedicação, experiência e profissionalismo. Mas lembre-se: você não precisa ser um expert para poder desfrutar de uma bebida grandiosa como o vinho!

Mario R. Leonardi

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